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Mostrando postagens de 2012

Solidão sem nome.

Encostada no balcão daquele bar, brincando com o canudinho do meu copo de energético, ouvindo aquela moda de viola em silêncio com os olhos fixados em minhas mãos, aquele homem estranho, amigo de uma amiga, que eu acabara de conhecer do meu lado sussurrou em meu ouvido: "Essa solidão, tem nome?" E sem pensar se existia nome para aquilo ou não, retruquei: "Não." Ele não me disse mais nada, eu também nem ousei encara-lo para responder. Ele não era ninguém para receber uma resposta sincera. Retirei-me. Eu estava afogada em sono, embora estivesse entupida de energético. Sentei-me no vaso que tinha do lado do bar, eu não tinha mais pés. Estava exaustada. Eu só queria minha cama. Minha caminha. Fixei os olhos no chão, pensando em tudo.  A menina do meu amigo apareceu, eu a olhei e escutei o barulho do seu coração. Eu vi o quanto ela estava arrazada. Seus olhos... Ah, seus olhos. Me deu pena daquele olhar. Mas não disse, não disse nada a ela. Só voltei os me

Desabafo.

Madrugada. Mais especificamente 3:28 da manhã. Rolei de um lado pro outro, tentando recuperar o sono, mas não funcionou. Peguei o notebook, olhei as redes sociais e devolvi pro criado-mudo, não era hora de internet. Eu precisava dormir. Eu ainda tinha mais um dia de trabalho.  Deitei, abracei meu travesseiro e fiquei pensando. Sentindo uma angustia enorme invadir meu peito. Preocupada. Aflita. Nervosa. Ansiosa. O que será que acontecerá daqui pra frente? Meu estômago começou a reagir novamente. Foi então que eu me lembrei que a minha última refeição  tinha sido às 2:39 da tarde. Sai do trabalho e consegui só voltar pra casa 10:00 horas da noite. Não lembrei de me alimentar nesse intervalo de tempo. Eu estava mais preocupada com o que estava - está acontecendo.  Tentei me alimentar assim que cheguei, preparei um cachorro - quente, mas a primeira mordida e meu estômago rejeitou. Se eu comesse uma salsicha a mais, eu vomitaria. Afastei o prato e debrucei sobre a mesa sentind

Surta mais, Morato!

Tá faltando amor, porra! Tá faltando o meu amor, entende? Minha auto-estima está mais baixa que a temperatura do Alaska. Imagina na semana melancólica do mês? Estou nela, só para constar. Eu estou sangrando, sangrando, s a n g r a n d o . Minha barriga dói e eu quero chocolate. Eu quero chorar.  É o fim do mundo. É insuportável. É torturante. São nesses dias terrivelmente chatos que eu  sinto a falta que alguém legal faz. Olha, eu tô carente. Eu tô insegura. Eu tô confusa. Eu não sei  o que eu quero da minha vida. Eu não sei que curso cursar. Eu não sei de nada, simplesmente. Na verdade... eu sei sim,  sei que eu tenho que tomar vergonha na cara, mas agora eu não sei nada porque eu quero fingir que eu não sei. Eu só tô perdida e irritada e me sentindo sozinha e desejando loucamente uma cachorra, mas sem condições  adotar outro bebê porque  a Maggie morreu de "parvovirose" e faz só dois meses. E não era nem para eu estar aqui, era para eu estar estudando. É, resolvi estudar fi

...

Eu não mudo mesmo. Impressionante. Anta baleada. Jumenta desenfreada. Parece que não sei viu. Eu carrego uma panela de pressão e em vez de fazer alguma coisa pra amenizar a pressão, eu pioro ainda mais a situação. Custa conversar com alguém? Custa escrever? Não custa, mas eu trato meus sentimentos com tanto descaso que se está doendo ou não, tô nem aí.  Sinto falta de conversar com alguém por horas e horas e horas, mas penso que as pessoas estão ocupadas demais pra ouvir e eu, ocupada demais para escrever.  Então, vou levando... Fervendo  a panela até ela explodir, pra variar, com pessoas erradas. A pessoa não tem nada a ver com o que eu estou sentindo e eu lá estou, toda descompensada da vida, surtando por motivos fúteis. Desnecessário. Extremamente desnecessário. Olha, sinceramente, me envergonho das minhas atitudes às vezes. Sou tão madura, mas ao mesmo tempo tão imatura. Tão idiota. Depois fico me culpando e me desculpando pela minha impulsividade como se fosse mudar alguma coisa.
Estava meio triste sim. Triste é pouco, estava péssima. Você não tem noção. Péssima. Péssima. Péssima. Chegava a doer tamanha tristeza. Acordava ora triste ora mal - humorada e até tinhas crises de tamanha euforia, mas logo voltava pra mesmice. Dias térriveis. Terrivelmente chatos. Chatos demais. Engolindo elefantes. Matando leões. Que vida hein! Que vida. Parar em casa só parar comer e dormir é trágico, embora tudo que tenho feito tem lá suas vantagens, mas mesmo assim, alguns dias por mais lindos que sejam são extremamente insuportáveis. Assim tem sido meus dias. Meses, talvez. Minha auto-estima.... cadê? Perdi no meio da loucura. Passei a me amar menos o que é o pior veneno que alguém pode injetar contra si mesmo. Tudo era um porre.  Quando estamos bem com nós mesmos, não há dias terríveis que uma auto-estima em alta não resolva. Mais quem disse que eu estava bem? Nenhum pouco. Quer saber? Estava brigada. Sendo dura. Exigindo uma perfeição que não existe. Eu tento ser
Ele não é o cara-lindo-maravilhoso-gostoso, mas tem um coração bom. É gentil. Simpático. Humilde. Calmo. Fofo.  Homens assim me encantam. É obvio, ele me encantou. Ele é sincero e romântico e interessante. Amava conversar com ele, ele sempre ria das minhas bobagens e nunca me deixava sem graça, nem me reprimia. Eu estava começando a sentir algo.  Então  pensei: " Se ele continuar a me tratar assim, acabarei me apaixonando."     E quanto mais eu pensava, mais eu apaixonava. Ele me ligava na hora que o time dele estava em campo só para saber como foi meu dia. -não, não pode ser - "Você não está assistindo o jogo? Estou, mas liguei para saber de você. Como foi seu dia? Agradável. Meu trabalho estava tranquilo. Enfim, foi bom. E o seu? Cansativo, mas estou bem. Me liga depois, é libertadores. E daí? E daí que é o seu time que está em campo. Não ligo muito, gosto de falar com você.."  É obvio que eu me encantei, ainda mais quando minhas amigas corintianas disseram: Menti

Essa gente viu, Zé!

Você sumiu, nunca mais falou comigo. O que aconteceu pequena? Aí Zé! Desculpa, desculpa mesmo. Você não tem que pedir desculpa para eu, tem que pedir desculpa para você. Não é você quem diz que se esfola toda quando fica sem escrever? É né Zé. Então. Você está péssima, garota. Não pode ficar guardando tanta coisa assim não, faz mal. Eu sei Zé, eu sei. Mas eu não aprendo nunca. Acho que entrei em bloqueio. Dias, semanas, quase um mês olhando para uma página no word ou para uma folha em branco e o que saia? Rabiscos na borda da folha, frases desconexas na página word. E eu não conseguia. Não conseguia redigir nada. Absolutamente nada. Depois me faltava tempo. Queria escrever, mas não... nunca dava tempo. O tempo que eu gosto de ter para escrever. Pensar, escrever, pensar, escrever, pensar, re-e-e-e-e-e-e-e-escrever. Então a única coisa que eu poderia fazer é o que eu já estava fazendo a muito tempo: Sentir e remoer. Remoer e sentir. Se eu ao menos conseguisse

Relatos de uma consumista.

Eu sou ajuizada, é claro que eu sou. Exceto quando estou dentro de uma loja. Toda a conduta de pessoa responsável e consciente some. Sabe aquele tipo de cliente que deixa qualquer vendedora louca? Então, essa sou eu. Entro nas lojas, experimento tudo que eu vejo pela frente. Bagunço toda a pilha de roupas que elas tinham acabo de organizar. Experimento sapatos. Brincos. Anéis. Pulseiras. Óculos. Bolsas. Blusas. Colares.  Vestidos. Principalmente os vestidos, minha paixão.  É que não basta ser mulher. Não basta ser problemática. Não basta ser tripolar. Não basta entende? Tem que ser consumista também!  Eu aprendi a ser assim com a Sra. Morato porque quando eu era criança, não comprava-se roupas e acessórios por mês, comprava-se por semana. Sábado era dia do que? Coooooooooooooooompras!!!! Não bastasse o que já tinha sido comprado durante a semana, tinha que comprar mais no sábado porque sábado era dia de gastar. Sempre foi. Essa característica consumista eu adquiri com ela, só que agora

Robô que chora.

Eu penso que sou a mulher de ferro, entende? Pode bater que sua mão quebra, mas meu coração não. Mas eu só penso, só penso. Quando eu estava começando a acreditar que realmente meu coração havia petrificado, lágrimas rolaram dos meus olhos. "É sério mesmo que eu tô chorando?" Eu não sabia se sorria  ou se chorava de vez. Mas no fim, acabei chorando mesmo. Só sei que chorei e chorei muito. . . E lá estava eu, chorando como se não houvesse amanhã. Chorei por tudo. O choro contido de todos os meses ali, sendo derramados em uma tsunami de lágrimas. Tudo que não foi dito, tudo que não foi escrito, tudo que foi sentido em lágrimas. Chorei até pelos meus peixinhos que morreram e pela cachorrinha que eu ganhei que também morreu. Chorei mesmo. É que sei lá, sabe? Eu me robotizei, mas você já viu robôs ter coração? Então, nem eu! Anna Carolina Morato

Jogar ao mar...

E eu ia remando o meu barquinho cheio de badulaque, toda formosa. E ia tudo bem. A maré estava tranquila. Meu corpo cheio de energia. Eu fui remando, remando. Remei sem parar, mas quando cheguei no meio do mar, eu já não tinha mais tanta energia. Remar estava exigindo muita força. Embora meu barquinho estivesse pesado, eu continuei. Continuei remando até me esgotar. Continuei até formar calos em todos os meus dedos e feridas na palma das minhas mãos. Chegou uma hora que eu não conseguia mais dar uma remada completa, nada. Então parei ali em mar aberto para descansar o corpo, fazer um curativo nos machucados enquanto pensava em como eu poderia continuar sem ter que me livrar dos meus badulaques. Eu já não tinha mais forças. O barquinho estava cheio. A tempestade estava próxima. Eu só tinha uma única solução: Jogar ao mar. Hesitei. Tinha que haver outra solução, pensei comigo. Fiquei ali em mar aberto com sol ou chuva. Eu sabia que precisava desapegar, eu só não tinha coragem. Eu olhei p

Querido lallo...

            Querida Jujuba , algo se resume em amor, mas o que é amor? Semana dificil para descobrir que estamos dispostos a esse risco, acaba nos pegando de surpresa. E depois, o que faremos? Aguardamos a pessoa amada pelo resto da nossa vida, ou lutamos por ela igual naqueles contos de fadas? Porque não pode ser tao simples, o mocinho ficar com a mocinha e assim viverem o resto da vida juntos, temos que complicar tanto, torna-se as historias tao difíceis, tao tristes, onde tudo atrapalha, onde nos machucamos, ferimos, e volto na mesma pergunta, O que é o amor? Não era para ser algo bom? Sera que é tao bom, que queremos ou estamos dispostos a sofrer? Corações deveriam ter um botãozinho de desliga partes sentimentais, porque isso acaba conosco, com nosso corpo, com a nossa alma, sempre iremos falar sobre amor e vamos morrer falando ao tentar descobrir o que é, o destino conspira bem longe da gente, bem longe! Apenas queremos ser amados, “é ai” cometemos erros, grandes erros, e que olha

êêê mããããe! ♥

Se você soubesse o quanto eu te amo... Se eu tivesse poderes mágicos, você seria a primeira pessoa que eu tornaria imortal! Triste mesmo não são aquelas pessoas que não tem alguém para chamar de mãe. Triste são aquelas que as tem desde o dia em que nasceu e só resolve demonstrar seu amor no dia que é considerado "Dias das mães". Isso sim é triste. 24 horas não é nem 0,5% perto de 8.760 horas. Absolutamente nada. Este dia para eu é como outro qualquer. Embora não seja a melhor pessoa do mundo pra ficar esbanjando eu-te-amo-você-é-muito-importante-na-minha-vida, eu demonstro nas atitudes. Eu demonstro o meu amor quando vou até seu quarto e lhe dou um beijo de boa noite na testa ou quando eu acordo mais cedo e levo uma xícara de café na cama ou quando a respeito ou quando a obedeço ou quando digo seu nome ou quando simplesmente, observo - a dormir. De que adianta um filho  dizer amar sua mãe, mas só sabe agir com ingratidão e desobediência? É amor deixar a mãe triste e desrespei

Desabafo.

É que tem fases na minha vida que eu tenho a sensação de que perdi o jeito de escrever. Eu faço um texto, narro uma história, crio um personagem, faço diálogos, começo um poema, componho uma música, mas sem finalidade. Todos cheios de virgulas, mas sem  pontos finais. Só que às eu tenho a sensação de que algumas coisas não são ditas, quem dirá escritas. Aí tá eu com meu silêncio. E eu tenho sentido muito, tudo. Sentido e guardado. Quantas vezes tentei escrever e vacilei. A caixa de rascunhos do hotmail está mais cheia que a caixa de saída. A página de rascunhos do blog está mais cheia que a página de publicações. Escrevo todos os dias, mas não escrevo nada. Nada que me agrade e nada que me alivie. Já falei, algumas coisas são inexplicavéis, indescritíveis. A gente sente e sente quietinho enquanto toma uma xícara de cappuccino pra aquecer do quase frio que faz no outono. A minha vida está completamente desordenada. Se eu disser que tenho tempo pra entender  todas as emoções que tem me v

O bom de ter amigo homens.

Se por trás de todo homem existe uma grande mulher, por trás de toda mulher existe vários homens. Mulher sabe ser masculina e conviver mais com homens do que com mulheres, torna essa caracteristica ainda mais acirrada.  Mulher tem amigas ótimas e amigos maravilhosos. Amigo homem liga a hora que quer, manda mensagem, te derrotam no Xbox, te vêem chorar, dá chocolate se você pedir, te bate sem ser nomeado de covarde, escuta seus lamentos as 4:30 da manhã e não somem. Dão atenção, carinho, amor, abraço e o mais legal: informações. Um amigo homem  te livra das garras de um canalha e não te deixam, por nada nesse mundo. Eles podem ter todos os defeitos do mundo, mas sabem ser sinceros. Não vão te enganar se o cara que você está saindo é um tremendo de um idiota, muito menos  te confortar com desculpinhas. Homens não são como  as mulheres, que se iludem com todo e qualquer detalhe e se amarram em mentirinhas só pra não ter que encarar a realidade: Ele não está afim de

A falta que alguém certo me faz.

Eu não vejo graça em ser de todos e não ser de ninguém. Não vejo mesmo. Qual a graça de pegar todo mundo e chegar no fim da noite e não ter ninguém pra te ligar ou mandar sms desejando boa noite? Não existe nenhuma graça nisso. Sinceramente, eu não nasci pro casual. Não nasci pra essa coisa de beijar por beijar, transar por transar. Francamente, meus pais não me deram uma boa educação para sair por ai me perdendo e me doando por homenzinhos meia-boca. Às vezes, me sinto uma peixinha fora d'água. Eu não deveria ter nascido nesse século. Eu sou da época do romantismo que amor é pra vida inteira. Mas olha só, onde eu estou vivendo? Um "foda-se" é mais sincero que um "Eu te amo". Isso machuca. Machuca a banalização do amor e afins. Machuca a banalização de tudo. Machuca porque eu ainda acredito no amor verdadeiro. Acredito que o que vem de dentro ainda é mais importante que o que vem de fora! Tudo isso me faz pensar no quanto alguém certo faz falta.  Os

Tudo errado.

Em uma tarde qualquer de outono, você se pega pensando: "O que é que eu tô fazendo? Onde é que eu tô com a cabeça?" Então você percebe que tá tudo errado. Você. Sua vida. Tudo. Tudo tá errado e de cabeça pra baixo.  Você que sempre mediu as consequências dos seus atos, não tem medido nenhum mais. Você que sempre julgou quem age por impulso, agora é a única coisa que sabe fazer. Agir por impulso. Falar sem pensar. Por aí vai . . . Você se sente uma verdadeira mulher de lata. Insensível e sem coração. Tratando tudo e todos com frieza, sem emoção. E qual a graça disso tudo? Não sentir não tem graça pra quem sempre sentiu tudo profundamente. Às vezes, acontecem certas coisas na vida que te faz mudar sem perceber. Que você vai indo, indo, indo e quando vai ver está um passo do precipício. Você se olha no espelho, fixa o olhar por um tempo e reconhece: "Essa não sou eu." Então você conclui que precisa voltar a ser quem você era antes de se transformar em quem você nunca

Tarde demais pra se arrepender :/

Quando você gosta de alguém em silêncio, passado algum tempo, o sentimento se desfaz. Você luta tanto para não sentir aquilo e quando vai ver, já se convenceu de que não sente mais. Você esquece, digo, acha que esqueceu! Então, de repente, as duas vidas se cruzam e você descobre que se gostavam, onde até então você achava que era a única que tinha começado a se apegar de maneira errada, só que não. Ele sentia o mesmo, mas você não sabia. Como é que você imaginaria? Você pensava que ele jamais poderia gostar de alguém como você, mas enfim, ele gostava de alguém como você. Por quê agora? Por quê SÓ agora que vocês foram abrir o jogo um com o outro? Palhaçada dessa vida. O jogo só foi aberto, porque você, no auge da sua euforia soltou um: "Eu gostava de você aquela época." Você sempre faz isso, depois que passa, sempre diz para eles que gostava ou que era afim ou que morria de vontade de beijar a boca. Você fala porque passou mesmo. A sua petulância de subestimar os se

Agora que o outono chegou . . .

Lá vem o outono imitando o inverno. Fazendo-me sentir frio depois de um banho ultra quente logo pela manhã, deixando as minhas mãos gélidas, levando as mechas do cabelo para frente e para trás em um bailar que só os ventos de outono sabem fazer. As folhas já começaram a amarelar, alguma já estão jogadas nas ruas. Agora que o outono chegou... estou deixando as folhas da cidade do meu coração cair. Não dá pra renascer antes de morrer. Estou deixando pra lá. Tô fazendo uma sujeira e tanto aqui dentro. Folhas já secas estão jogadas ao vento  e continuam a cair, cair, cair, cair. Até que... até sobrar uma única folha na árvore e então, eu já posso limpar as ruas. Agora que o outono chegou... eu não estou mais em ebulição. Uma tranquilidade me cerca. Uma vontade de ficar só, no meu canto. Agora que o outono chegou... estou crescendo, mas dói tanto. Por quê crescer dói? Por quê deixar as folhas morrer dói? Por quê tudo nessa vida, de certa forma, dói? É sempre muita pergunta para uma caixa va

Antes só.

Meus pais nunca me prenderam, muito pelo contrário, sempre me largaram, mas com uma condição: Toda e qualquer atitude errada causaria uma  consequência acompanhada de uma punição. Ótimo. Me ensinaram o que é o certo e o que é errado e deixaram sempre bem claro que a escolha é minha. Meus pais que são meus pais, não me prendem e não me tratam como propriedade deles, eu vou aceitar homem me tratar assim? Ah, me poupe. Eu até poderia estar escrevendo sobre a alegria de ter conhecido alguém legal, mas na primeira semana juntos ele cometeu o pior crime que alguém pode cometer contra mim: Me prendeu. Eu não quero alguém que dê crise de ciúmes toda hora,  que desconfia de tudo o que eu falo e acha que é meu dono.  Eu não quero alguém que fique dizendo onde eu devo ficar ou com quem eu devo conversar. Não fui criada assim, não fui acostumada assim. Quer surtar, vai surtar bem longe de mim que eu não sou obrigada a aguentar homens inseguros que não confiam no seu próprio taco. Fala

Changes.

Meu silêncio incomoda. Incomoda porque eu sempre tô pondo tudo pra fora, ou eu tô falando feito uma matraca velha ou eu tô escrevendo feito uma doida varrida ou cantando desafinado ou ensaiando um discurso de duzentas mil palavras na frente do espelho. Eu que só sei gritar pro mundo o quanto eu sou idiota, agora só quero ficar quietinha pensando no quanto eu sou idiota. Vou deixar de fazer tanto barulho. Parei pra conversar  com a vida e a ordinária me deu uma lista cheia de opções para assinalar. Assinalei: Eu.  Agora vou mudar. Eu vivo mudando, mas é que tenho coisa melhor pra fazer do que sair por aí avisando que eu estou de mudança. Quando vão perceber, já mudei e quem aguentar o tranco da minha metamorfose, traz   limão que eu já tô com a dose de tequila. Sei lá. Ser demais, cansa. Vou ser de menos. Ser intensa demais, cansa. Vou desintensificar. Estou tirando umas férias de ser sempre muito pra nada. Umas férias de querer  transformar rosas quase mortas em buquê de flores. Eu ten

Carolina, calma.

Que eu sou apavorada, todo mundo sabe. Calma. Relaxa. Sossega. Não se preocupa. Deixa rolar. Tratada como criançinha, haja fôlego pra me aguentar. Eu sou do tipo que não sabe esperar. Se eu quero, quero tudo e  quero agora. Não quero amanhã, nem mês que vem. Quero pra já. Pra ontem. " Você parece ser tão calma". Aparências enganam. Não sou nada, nadinha, nenhum pouco calma. Eu não sei ser calma, ter calma. Ligada no 220V. Eu me seguro ao máximo, mas dentro de mim eu tenho um campo minado cheio de bombas que estouram a todo instante. Desesperada. Trabalho a minha personalidade todos os dias. " Carolina, calma. Carolina, controle-se. Carolina, uma coisa de cada vez. Carolina, menos." Cuido de mim sim, mas ás vezes escapo e chuto o balde e faço loucuras e surto e surto e surto e surto. Admiro vocês, calminhos, que tem o controle da situação. Desespero não leva a nada, eu sei, mas vai colocar isso na minha cabeça? Vai fazer eu entender que eu tenho que ter

E lá vai...

Ela não é muito certa não. Vive em ebulição. Ela é assim. Sempre em erupção. Vive explodindo, mas sua combustão é meio lenta. E lá vai ela... Lá vai ela com sua bomba - relógio em forma de pensamento, com sua panela de pressão em forma de coração. Lá vai ela com um sangue mais quente que as chamas de uma fogueira. Lá vai ela com sua personalidade insuportável. Ninguém entende essa menina não. Tem mania de querer controlar as emoções, as razões. É realista, mas só sabe boicotar a realidade. Lá vai ela imitando filmes de comédia romântica, mas nada mais é que uma cópia barata de uma novela mexicana de quinta categoria. É, essa menina é problema. Invocada que só. Invoca até com sua própria sombra. Cheia de implicância. Lá vai ela com a sua estupidez desfilando com a sua petulância. Lá vai ela com a sua frieza carregada de indiferença e  acompanhada de um orgulho master. Lá vai ela deixando de lado contos de fadas, cavalos brancos e sapos. E lá vai... lá vai a menininha virando

Não se preocupa não.

Sabe, tem uma coisa que eu queria entender. Alguém pode me explicar o por quê? Por quê as pessoas ficam tão doloridas quando falam a respeito de suas vidas? Tudo bem. Eu entendo. Esse povo cuida além do limite, inventam além da conta, mas ficar bravinha ou bravinho porque fulano falou? Gente, fulano, ciclano, beltrano: FALA MESMO. Fala com gosto! Você vai espernear? Vai sair dando tiro em todo mundo? Me poupe. Da mesma forma que cuidam da sua vida, você cuida da vida de alguém e fala da vida de alguém e por aí vai... Agora ficar dando chiliquê porque não tiram o olho da sua vida já virou clichê e chato.  Já ouviu a história da fila indiana? É exatamente isso.  Você que fica aí gritando: "A vida é minha, eu faço o que eu quiser." A vida é sua sim e você faz o que quer mesmo, mas na hora de aguentar o falar mal das pessoas fica pedindo arrego e perguntando: "Porquê vocês não vão cuidar da vida de vocês hein?" Meu bem, a resposta é simples: "A sua está mais inte

É dor.

É dor. Tudo que eu sinto agora e tá doendo. Muito. Muito. Muito. Estou em meio ao caos, com impulsos de ódio acompanhados de lágrimas. Soa irônico não? Eu não consigo derramar uma lágrima sequer pelos meus problemas, mas quando são os seus.... Eu inundo um estádio de futebol. Estou em prantos, chorando feito bebê.  Não. Não. NÃÃÃÃÃO! Eu não quero ter que te ver assim. Quer me dar teu coração? Dói mais porque eu não posso sentir a sua dor, mas ela é sua. Eu queria que fosse minha, mil vezes minha do que sua. Antes eu, do que você. Eu posso aguentar firme tudo que acontece na minha vida, mas quando é você eu não aguento. Eu desmorono. Eu não suporto isso. Dói. O que eu posso fazer? Eu só quero que você seja forte o suficiente pra enfrentar tudo isso. Nada me atinge tanto a fundo, exceto quando você é o atingido. Eu viro uma fera, viro leoa, viro tigresa, viro tudo o que você imaginar porque você é meu ponto fraco e eu sou capaz de qualquer coisa, por você. Eu tô desesperada porque eu que

É sério isso João?!

 Nossa João! tô tão feliz cara! Fica quieta guria. Porque João? Mas eu tô tããããão feliz. Pulinhos de alegria. Guria, quantas vezes vou ter que te dizer que felicidade não se grita, muito menos se dança? Aff João. Qual é a tua? Quanta chatice. O que que tem falar que tá feliz? Desde quando felicidade é pecado? Vou pra cadeira elétrica? Vai me mandar pra forca? Eu não, mas os outros... Dane-se os outros João. Eu tô feliz. Eu tô feliz. Eu tô feliz. Eu tô fe... Não adianta me olhar com essa carinha de dó que só tu sabe fazer, não vou arrancar o espadrapado da sua boca. É pra tu me escutar tá me entendendo? Guria, presta atenção: As coisas evoluíram. Se tem uns que jogam só um balde de água fria na tua felicidade, outros encomendam uma chuva de granizo que é pra tu não sorrir nem chorando de tanta dor por causa das pedras de gelo. Não adianta. Inveja tem insônia e tu... tu é um caso sério guria! Fica gritando aí pro mundo que tá feliz e blá blá blá. Quem quer saber da sua felicidade?

Até debaixo d'água.

Você já teve alguém pelo qual não importa a distância, nem razão, você sabe que pode contar em qualquer hora ou lugar? Eu tenho ele. É com ele que está meus maiores segredos, ele que sabe dos meus piores defeitos. Eu sou implicante e invocada e brava e ele só ri. O que me deixa mais enfezada ainda. Eu  trato ele com o maior carinho, só que ao contrário. Somos piores que cão e gato. Perdemos um ao outro, mas perder a piada? Nunca. Ele me conta das garotas e eu, claro, dos garotos. Somos vilões, somos cúmplices. Quando a corda aperta, é pra ele que eu corro. Aquele dia que eu chorei rios, mares, oceanos, um planeta inteiro... foi pra ele que eu liguei com a minha voz trêmula. Ficamos hoooooras conversando. Primeiro eu contei tudo o que aconteceu e depois ele falou tudo o que achou que eu realmente  estava precisando ouvir. Me acalmou. "Vou desligar agora." " Ah não! Não vai não. Mais não vai mesmo" "Porque não?" "Porque você vai chorar. Eu

"Livrai - me de toda a inveja, amém."

Não, eu não quero ser chata. Não é isso. Eu quero tampar o sol com a peneira, mas eu sou realista demais pra ser capaz de tanto. Eu tento acreditar que inveja é fruto psicológico, mas não é. Então a pessoa olha pra você dos pés a cabeça. Quer seu cabelo, seu charme, seu sorriso, seu jeito, seu vestido, seu peep toe: Quer ser você. Simples. É tão fácil perceber um olhar de inveja porque deixam nítido o sentimento . "Eu tenho inveja de você, daria tudo pra estar no seu lugar." Oh meu amoooooooor, então entra na fila porque o que tem de gente querendo dar uma de boa as minhas custas. . . Cá entre nós, agora a oração antes de sair de casa tem que ser: "Livrai - me de toda a inveja, amém."  ao invés de "Livrai - me de todo o mal, amém." Porque minha filha, esse mundo está feio e a minha situação precária. Se duvidar, têm inveja até do meu pezinho gordinho esparramado e que parece de pato. Quanta inveja. Quanto olho - gordo. Que isso! É tão difícil assim

E se não houver o amanhã?

  Então aqui estou eu. 3:29 da manhã. Olhando pra essa folha em branco que está começando a ficar rabiscada enquanto penso no que escrever. Milhões de ideias contaminando a minha mente me faz perder o sono em madrugada como essas. Ótimo, eu só queria voltar a dormir. Escrever sobre o quê? Uma hora dessas. Hesito. Não vou escrever. Amanhã penso nisso. Quero dormir. Apago a luz, me deito. Quero dormir, mas não tenho sono. Até que . . . E se não houver amanhã?! Levanto sobressaltada pensando em como sou idiota. Abro o caderno, pego a caneta. A mesma página que fiquei rabiscando até as 4:13 sem escrever uma linha sequer.  Porque somos tão idiotas? Porque idealizamos tanto o amanhã e lembramos tanto do ontem? E o hoje? Como é que fica? Não fica. A gente sempre faz do nosso hoje, o  amanhã. Amanhã eu vejo isso, amanhã eu faço aquilo. Amanhã. Amanhã. Amanhã. E se não houver amanhã, nem depois de amanhã, nem semana que vem, nem mês que vem, nem ano que vem?  Como você reagiria se soubesse que

Solidão? Pergunta pro vizinho!

 É mais fácil eu acabar com todas as folhas do caderno do que escrever este texto! Eu tô querendo escrever sobre muitas coisas, só que sabe a solidão? Então! Me pede um texto desde quando eu descobri meu dom, mas nunca escrevi a respeito. Escrevo a cinco a anos e esta é a primeira vez que me refiro a solidão e mesmo assim não é nada do que quero escrever porque este texto não é sobre uma profunda melancolia que a solidão proporciona para os solitários, este texto é sobre a não solidão. Eu vivo lendo textos que falam da solidão e acho um dos sentimentos mais poderosos porque o estrago que ela causa é de tamanha crueldade, além de ser um dos mais profundos, mas eu não tenho argumentos para escrever  com tamanha profundidade. Nunca estive em um estado de solidão. Eu até penso em ficar sozinha, mas não me deixam. Grudam que nem chiclete. Eu não aprecio a solidão, até porque eu tenho pra quem ligar no final da noite pra contar como foi meu dia, tenho com quem botar ovos, tenho colos pra cho

Insatisfação.

  TÁ! Todas as células do meu corpo gritava por distância. Arrumei minhas malas, comprei as passagens e fiquei dez horas dentro de um ônibus sozinha. Me afastei de tudo durante três dias. Foi bom. Eu precisava matar a saudade de uns, sentir de outros. Foi bom não, foi mais que bom. Ótimo. Coisa melhor do que não ter gosto pra Carnaval e tal e aproveitar o feriado na praia? Não tem. Botei mil ovos em um só dia de tanto ver homens bonitos, sarados, gostosos. Minha cidade natal podia ter tudo aquilo não é? Podia... não tem. Um pena. Banho de mar é um tipo de sessão de descarrego naturalmente dinâmica. Esqueci tudo. Não pensava em nada, só sentia. Sentia o mar, as ondas, os raios solares, o vento, a areia macia. Quisera eu que a vida se resumisse só em praia e sol. Oh coisa boa! Mas não, é só uma parte da vida. Que assim seja. Uma hora começaria a ficar chato.  Agora estou de volta. De volta a minha realidade. Ao calor exagerado de uma cidade do interior de Mato Grosso do Sul

"Queria!" Não quero mais.

Eu não queria que o fim fosse como foi. Eu queria que você se arrependesse. Queria que me visse e sentisse o coração tilintar. Queria que se lembrasse do nosso aniversário. Queria que você me ligasse no meio da noite ou mandasse um sms porque qualquer coisa era menos triste do que o seu abandono acompanhado do seu silêncio. Eu queria você de volta, apesar de tudo, eu queria você de volta.   "Amiga, eu juro que se ele mudasse realmente e me provasse isso, eu esqueceria tudo, eu largaria tudo..." Eu disse isso? É. Eu disse. Disse porque estava desesperada. Eu não sabia o que fazer com o meu amor. Eu queria o seu amor. Eu gritava: "O que eu faço com o meu amoooor agora? " O som da minha própria voz ecoava. Gritava mais forte e o eco ficou ainda mais alto. Parei de gritar, desconfiei que ficaria surda. Nenhuma resposta. Pensei em fazer mil coisas com meu amor: " tomar quinhentos litros de coca -cola pra ver se corrói, dar pra vizinha mal-amada, vender

Garota Malandra.

Embora eu seja perfeccionista, eu odeio gente que se acha perfeita.   Odeio quando alguém me diz: “Você é perfeita.” OPAAAA! Para. Para. Para por aí. Perfeita não. Retruco na lata mesmo e ainda fecho a cara sabe por quê? Porque perfeição é lenda. Mentira. Dizer que alguém é perfeito é forçar a barra. Falo mesmo.   “Perfeita aos meus olhos.” Own, que graça. Que seja pra você, pra mim não.   O que eu mais digo quando me olho no espelho é: “Eu até sou legal, mas muito filha da puta pro meu gosto e caiu na risada.” Noooooooooossa! Você se destrói sozinha. Nada disso. Eu me xingo no mais puro amor, acabo comigo para o meu próprio bem.   Sei dos meus defeitos. É mais fácil eu fazer uma lista recheada deles do que uma lista de qualidades e ainda assim, tem gente que me ama. Vê se pode? Me amaaaaaaaaaaam. É um absurdo, mas é um absurdo que prova que imperfeição não é problema. Na verdade,   eu gosto disso mesmo. De gente que é o que é e não está nem aí pra paçoca. Que se xinga, mas se ama.