Então aqui estou eu. 3:29 da manhã. Olhando pra essa folha em branco que está começando a ficar rabiscada enquanto penso no que escrever. Milhões de ideias contaminando a minha mente me faz perder o sono em madrugada como essas. Ótimo, eu só queria voltar a dormir. Escrever sobre o quê? Uma hora dessas. Hesito. Não vou escrever. Amanhã penso nisso. Quero dormir. Apago a luz, me deito. Quero dormir, mas não tenho sono. Até que . . . E se não houver amanhã?! Levanto sobressaltada pensando em como sou idiota. Abro o caderno, pego a caneta. A mesma página que fiquei rabiscando até as 4:13 sem escrever uma linha sequer.
Porque somos tão idiotas? Porque idealizamos tanto o amanhã e lembramos tanto do ontem? E o hoje? Como é que fica? Não fica. A gente sempre faz do nosso hoje, o amanhã. Amanhã eu vejo isso, amanhã eu faço aquilo. Amanhã. Amanhã. Amanhã. E se não houver amanhã, nem depois de amanhã, nem semana que vem, nem mês que vem, nem ano que vem? Como você reagiria se soubesse que você tem até a meia - noite de hoje para ser feliz? Permita-se e se caso machucar, o mínimo que vai acontecer é você crescer. Permita-se e se caso alguma coisa der errada, pode chorar. Pode gritar. Pode surtar. Chora. Grita. Surta mesmo. Extravasa! Põe pra fora o que te opõe.
A vida é digna de ser vivida e pra suportar a dor de viver, você precisa ser um pouco retardada ou um pouco louca, que seja. Seja o que quiser, do jeito que bem entender. A única coisa de valor que nós temos é o hoje. "E se" e "Quando" só causam enjôo e dor de cabeça. Eu que sempre pensei no amanhã, eu que sempre me apeguei ao ontem... agora eu só quero o meu hoje. Afinal, e se não houve amanhã? Eu só quero dizer que a única preciosidade que nós temos depois da vida, é o dia de hoje. Era só isso mesmo.
Anna Carolina Morato.
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