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Mostrando postagens de março, 2012

Agora que o outono chegou . . .

Lá vem o outono imitando o inverno. Fazendo-me sentir frio depois de um banho ultra quente logo pela manhã, deixando as minhas mãos gélidas, levando as mechas do cabelo para frente e para trás em um bailar que só os ventos de outono sabem fazer. As folhas já começaram a amarelar, alguma já estão jogadas nas ruas. Agora que o outono chegou... estou deixando as folhas da cidade do meu coração cair. Não dá pra renascer antes de morrer. Estou deixando pra lá. Tô fazendo uma sujeira e tanto aqui dentro. Folhas já secas estão jogadas ao vento  e continuam a cair, cair, cair, cair. Até que... até sobrar uma única folha na árvore e então, eu já posso limpar as ruas. Agora que o outono chegou... eu não estou mais em ebulição. Uma tranquilidade me cerca. Uma vontade de ficar só, no meu canto. Agora que o outono chegou... estou crescendo, mas dói tanto. Por quê crescer dói? Por quê deixar as folhas morrer dói? Por quê tudo nessa vida, de certa forma, dói? É sempre muita pergunta para uma caixa va

Antes só.

Meus pais nunca me prenderam, muito pelo contrário, sempre me largaram, mas com uma condição: Toda e qualquer atitude errada causaria uma  consequência acompanhada de uma punição. Ótimo. Me ensinaram o que é o certo e o que é errado e deixaram sempre bem claro que a escolha é minha. Meus pais que são meus pais, não me prendem e não me tratam como propriedade deles, eu vou aceitar homem me tratar assim? Ah, me poupe. Eu até poderia estar escrevendo sobre a alegria de ter conhecido alguém legal, mas na primeira semana juntos ele cometeu o pior crime que alguém pode cometer contra mim: Me prendeu. Eu não quero alguém que dê crise de ciúmes toda hora,  que desconfia de tudo o que eu falo e acha que é meu dono.  Eu não quero alguém que fique dizendo onde eu devo ficar ou com quem eu devo conversar. Não fui criada assim, não fui acostumada assim. Quer surtar, vai surtar bem longe de mim que eu não sou obrigada a aguentar homens inseguros que não confiam no seu próprio taco. Fala

Changes.

Meu silêncio incomoda. Incomoda porque eu sempre tô pondo tudo pra fora, ou eu tô falando feito uma matraca velha ou eu tô escrevendo feito uma doida varrida ou cantando desafinado ou ensaiando um discurso de duzentas mil palavras na frente do espelho. Eu que só sei gritar pro mundo o quanto eu sou idiota, agora só quero ficar quietinha pensando no quanto eu sou idiota. Vou deixar de fazer tanto barulho. Parei pra conversar  com a vida e a ordinária me deu uma lista cheia de opções para assinalar. Assinalei: Eu.  Agora vou mudar. Eu vivo mudando, mas é que tenho coisa melhor pra fazer do que sair por aí avisando que eu estou de mudança. Quando vão perceber, já mudei e quem aguentar o tranco da minha metamorfose, traz   limão que eu já tô com a dose de tequila. Sei lá. Ser demais, cansa. Vou ser de menos. Ser intensa demais, cansa. Vou desintensificar. Estou tirando umas férias de ser sempre muito pra nada. Umas férias de querer  transformar rosas quase mortas em buquê de flores. Eu ten

Carolina, calma.

Que eu sou apavorada, todo mundo sabe. Calma. Relaxa. Sossega. Não se preocupa. Deixa rolar. Tratada como criançinha, haja fôlego pra me aguentar. Eu sou do tipo que não sabe esperar. Se eu quero, quero tudo e  quero agora. Não quero amanhã, nem mês que vem. Quero pra já. Pra ontem. " Você parece ser tão calma". Aparências enganam. Não sou nada, nadinha, nenhum pouco calma. Eu não sei ser calma, ter calma. Ligada no 220V. Eu me seguro ao máximo, mas dentro de mim eu tenho um campo minado cheio de bombas que estouram a todo instante. Desesperada. Trabalho a minha personalidade todos os dias. " Carolina, calma. Carolina, controle-se. Carolina, uma coisa de cada vez. Carolina, menos." Cuido de mim sim, mas ás vezes escapo e chuto o balde e faço loucuras e surto e surto e surto e surto. Admiro vocês, calminhos, que tem o controle da situação. Desespero não leva a nada, eu sei, mas vai colocar isso na minha cabeça? Vai fazer eu entender que eu tenho que ter

E lá vai...

Ela não é muito certa não. Vive em ebulição. Ela é assim. Sempre em erupção. Vive explodindo, mas sua combustão é meio lenta. E lá vai ela... Lá vai ela com sua bomba - relógio em forma de pensamento, com sua panela de pressão em forma de coração. Lá vai ela com um sangue mais quente que as chamas de uma fogueira. Lá vai ela com sua personalidade insuportável. Ninguém entende essa menina não. Tem mania de querer controlar as emoções, as razões. É realista, mas só sabe boicotar a realidade. Lá vai ela imitando filmes de comédia romântica, mas nada mais é que uma cópia barata de uma novela mexicana de quinta categoria. É, essa menina é problema. Invocada que só. Invoca até com sua própria sombra. Cheia de implicância. Lá vai ela com a sua estupidez desfilando com a sua petulância. Lá vai ela com a sua frieza carregada de indiferença e  acompanhada de um orgulho master. Lá vai ela deixando de lado contos de fadas, cavalos brancos e sapos. E lá vai... lá vai a menininha virando

Não se preocupa não.

Sabe, tem uma coisa que eu queria entender. Alguém pode me explicar o por quê? Por quê as pessoas ficam tão doloridas quando falam a respeito de suas vidas? Tudo bem. Eu entendo. Esse povo cuida além do limite, inventam além da conta, mas ficar bravinha ou bravinho porque fulano falou? Gente, fulano, ciclano, beltrano: FALA MESMO. Fala com gosto! Você vai espernear? Vai sair dando tiro em todo mundo? Me poupe. Da mesma forma que cuidam da sua vida, você cuida da vida de alguém e fala da vida de alguém e por aí vai... Agora ficar dando chiliquê porque não tiram o olho da sua vida já virou clichê e chato.  Já ouviu a história da fila indiana? É exatamente isso.  Você que fica aí gritando: "A vida é minha, eu faço o que eu quiser." A vida é sua sim e você faz o que quer mesmo, mas na hora de aguentar o falar mal das pessoas fica pedindo arrego e perguntando: "Porquê vocês não vão cuidar da vida de vocês hein?" Meu bem, a resposta é simples: "A sua está mais inte

É dor.

É dor. Tudo que eu sinto agora e tá doendo. Muito. Muito. Muito. Estou em meio ao caos, com impulsos de ódio acompanhados de lágrimas. Soa irônico não? Eu não consigo derramar uma lágrima sequer pelos meus problemas, mas quando são os seus.... Eu inundo um estádio de futebol. Estou em prantos, chorando feito bebê.  Não. Não. NÃÃÃÃÃO! Eu não quero ter que te ver assim. Quer me dar teu coração? Dói mais porque eu não posso sentir a sua dor, mas ela é sua. Eu queria que fosse minha, mil vezes minha do que sua. Antes eu, do que você. Eu posso aguentar firme tudo que acontece na minha vida, mas quando é você eu não aguento. Eu desmorono. Eu não suporto isso. Dói. O que eu posso fazer? Eu só quero que você seja forte o suficiente pra enfrentar tudo isso. Nada me atinge tanto a fundo, exceto quando você é o atingido. Eu viro uma fera, viro leoa, viro tigresa, viro tudo o que você imaginar porque você é meu ponto fraco e eu sou capaz de qualquer coisa, por você. Eu tô desesperada porque eu que

É sério isso João?!

 Nossa João! tô tão feliz cara! Fica quieta guria. Porque João? Mas eu tô tããããão feliz. Pulinhos de alegria. Guria, quantas vezes vou ter que te dizer que felicidade não se grita, muito menos se dança? Aff João. Qual é a tua? Quanta chatice. O que que tem falar que tá feliz? Desde quando felicidade é pecado? Vou pra cadeira elétrica? Vai me mandar pra forca? Eu não, mas os outros... Dane-se os outros João. Eu tô feliz. Eu tô feliz. Eu tô feliz. Eu tô fe... Não adianta me olhar com essa carinha de dó que só tu sabe fazer, não vou arrancar o espadrapado da sua boca. É pra tu me escutar tá me entendendo? Guria, presta atenção: As coisas evoluíram. Se tem uns que jogam só um balde de água fria na tua felicidade, outros encomendam uma chuva de granizo que é pra tu não sorrir nem chorando de tanta dor por causa das pedras de gelo. Não adianta. Inveja tem insônia e tu... tu é um caso sério guria! Fica gritando aí pro mundo que tá feliz e blá blá blá. Quem quer saber da sua felicidade?

Até debaixo d'água.

Você já teve alguém pelo qual não importa a distância, nem razão, você sabe que pode contar em qualquer hora ou lugar? Eu tenho ele. É com ele que está meus maiores segredos, ele que sabe dos meus piores defeitos. Eu sou implicante e invocada e brava e ele só ri. O que me deixa mais enfezada ainda. Eu  trato ele com o maior carinho, só que ao contrário. Somos piores que cão e gato. Perdemos um ao outro, mas perder a piada? Nunca. Ele me conta das garotas e eu, claro, dos garotos. Somos vilões, somos cúmplices. Quando a corda aperta, é pra ele que eu corro. Aquele dia que eu chorei rios, mares, oceanos, um planeta inteiro... foi pra ele que eu liguei com a minha voz trêmula. Ficamos hoooooras conversando. Primeiro eu contei tudo o que aconteceu e depois ele falou tudo o que achou que eu realmente  estava precisando ouvir. Me acalmou. "Vou desligar agora." " Ah não! Não vai não. Mais não vai mesmo" "Porque não?" "Porque você vai chorar. Eu

"Livrai - me de toda a inveja, amém."

Não, eu não quero ser chata. Não é isso. Eu quero tampar o sol com a peneira, mas eu sou realista demais pra ser capaz de tanto. Eu tento acreditar que inveja é fruto psicológico, mas não é. Então a pessoa olha pra você dos pés a cabeça. Quer seu cabelo, seu charme, seu sorriso, seu jeito, seu vestido, seu peep toe: Quer ser você. Simples. É tão fácil perceber um olhar de inveja porque deixam nítido o sentimento . "Eu tenho inveja de você, daria tudo pra estar no seu lugar." Oh meu amoooooooor, então entra na fila porque o que tem de gente querendo dar uma de boa as minhas custas. . . Cá entre nós, agora a oração antes de sair de casa tem que ser: "Livrai - me de toda a inveja, amém."  ao invés de "Livrai - me de todo o mal, amém." Porque minha filha, esse mundo está feio e a minha situação precária. Se duvidar, têm inveja até do meu pezinho gordinho esparramado e que parece de pato. Quanta inveja. Quanto olho - gordo. Que isso! É tão difícil assim

E se não houver o amanhã?

  Então aqui estou eu. 3:29 da manhã. Olhando pra essa folha em branco que está começando a ficar rabiscada enquanto penso no que escrever. Milhões de ideias contaminando a minha mente me faz perder o sono em madrugada como essas. Ótimo, eu só queria voltar a dormir. Escrever sobre o quê? Uma hora dessas. Hesito. Não vou escrever. Amanhã penso nisso. Quero dormir. Apago a luz, me deito. Quero dormir, mas não tenho sono. Até que . . . E se não houver amanhã?! Levanto sobressaltada pensando em como sou idiota. Abro o caderno, pego a caneta. A mesma página que fiquei rabiscando até as 4:13 sem escrever uma linha sequer.  Porque somos tão idiotas? Porque idealizamos tanto o amanhã e lembramos tanto do ontem? E o hoje? Como é que fica? Não fica. A gente sempre faz do nosso hoje, o  amanhã. Amanhã eu vejo isso, amanhã eu faço aquilo. Amanhã. Amanhã. Amanhã. E se não houver amanhã, nem depois de amanhã, nem semana que vem, nem mês que vem, nem ano que vem?  Como você reagiria se soubesse que

Solidão? Pergunta pro vizinho!

 É mais fácil eu acabar com todas as folhas do caderno do que escrever este texto! Eu tô querendo escrever sobre muitas coisas, só que sabe a solidão? Então! Me pede um texto desde quando eu descobri meu dom, mas nunca escrevi a respeito. Escrevo a cinco a anos e esta é a primeira vez que me refiro a solidão e mesmo assim não é nada do que quero escrever porque este texto não é sobre uma profunda melancolia que a solidão proporciona para os solitários, este texto é sobre a não solidão. Eu vivo lendo textos que falam da solidão e acho um dos sentimentos mais poderosos porque o estrago que ela causa é de tamanha crueldade, além de ser um dos mais profundos, mas eu não tenho argumentos para escrever  com tamanha profundidade. Nunca estive em um estado de solidão. Eu até penso em ficar sozinha, mas não me deixam. Grudam que nem chiclete. Eu não aprecio a solidão, até porque eu tenho pra quem ligar no final da noite pra contar como foi meu dia, tenho com quem botar ovos, tenho colos pra cho