Embora eu seja perfeccionista, eu odeio gente que se acha perfeita. Odeio quando alguém me diz: “Você é perfeita.” OPAAAA! Para. Para. Para por aí. Perfeita não. Retruco na lata mesmo e ainda fecho a cara sabe por quê? Porque perfeição é lenda. Mentira. Dizer que alguém é perfeito é forçar a barra. Falo mesmo. “Perfeita aos meus olhos.” Own, que graça. Que seja pra você, pra mim não. O que eu mais digo quando me olho no espelho é: “Eu até sou legal, mas muito filha da puta pro meu gosto e caiu na risada.” Noooooooooossa! Você se destrói sozinha. Nada disso. Eu me xingo no mais puro amor, acabo comigo para o meu próprio bem. Sei dos meus defeitos. É mais fácil eu fazer uma lista recheada deles do que uma lista de qualidades e ainda assim, tem gente que me ama. Vê se pode? Me amaaaaaaaaaaam. É um absurdo, mas é um absurdo que prova que imperfeição não é problema. Na verdade, eu gosto disso mesmo. De gente que é o que é e não está nem aí pra paçoca. Que se xinga, mas se ama. Que se diverte com a própria desgraça e ainda desafia a vida: “Oh madame, pode mandar a próxima” Então a vida vai lá e manda uma puta de uma desgraça e o que você pensa? “Desafiei, mas não aguento o tranco. Posso pedir arrego agora?”
Eu sou realista mesmo. Ás vezes eu curto uma ilusãozinha porque você sabe, a bicha é convidativa, mas logo desisto. É sempre bom lembrar que a ilusão é uma mercadoria muito cara e dinheiro nenhum consegue quitar 10% do seu valor. Prefiro minha realidade que além de mais acessível, é grátis. Chega de pintar o mundo cor – de – rosa se o que mais predomina é um festival infindável de cores. Cá entre nós, uma cor só chega a ser monótono e eu odeio monotonia. É por isso que pra mim não tem tempo ruim. O pior sabe o que é? Tempo ruim gosta de me pegar de jeito. Me solta. Me larga. Sai de mim maré negra. Não me enfeza trem!!! Mas o infeliz persegue, dou a guerra por vencida. Sossego o facho. Mais tem uma coisa: Tempo ruim não me aguenta por muito tempo porque eu tenho um otimismo muito maneiro. Quem manda somos nós mesmos. Então eu mando todos os dias: “vou ficar legal” até ficar. Pronto, fiquei legal. Agora to mandando: “ Vou continuar legal” até o dia em que eu não queira bancar uma de idiota como eu gosto de bancar desafiando a vida e pagando uma de espertinha. Me esfolo tanto porque acho que sou gostosa e tenho a vida na palma das minhas mãos. Uma ninfeta de dezessete anos querendo ser uma velhona de quarenta anos cheia de experiência. Toma vergonha nessa cara Carolina. Pode falar, eu sou precoce mesmo. Nasci de nove meses, mas parece que foi sete. Cheia das graças. Garota Malandra.
Sinceramente, eu acho a vida uma comédia e tem mais uma coisa que eu odeio: baixo astral. Odeio. Odeio. Odeio. Odeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeio. Odeio tanto que nos dias que eu mesma estou baixo astral eu fico que não me aguento: i n s u p o r t á v e l. O que acontece? Aquelas pessoas que me amam entram em ação e me mimam e me colocam no colo e me fazem rir e me fazem voltar a minha essência e falam que azedume não combina comigo e blábláblá. Então eu melhoro um cadinho. Como não melhorar? Meu sorriso é sorriso de malandra. Todo faceiro. Cheio de positividade. Vem. Vem. Vem. Vem comigo. Tristeza só é bom para dar um tempero diferenciado na alma. O resto quem faz é a alegria. O alto astral. Fica triste não. Tem gente pior que você e mesmo assim, está de cabeça erguida. Levanta a cabeça vai! Quem olha pro chão é pomba atrás de migalha de pão.
Anna Carolina Morato.
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