Estava meio triste sim. Triste é pouco, estava péssima. Você não tem noção. Péssima. Péssima. Péssima. Chegava a doer tamanha tristeza. Acordava ora triste ora mal - humorada e até tinhas crises de tamanha euforia, mas logo voltava pra mesmice. Dias térriveis. Terrivelmente chatos. Chatos demais. Engolindo elefantes. Matando leões. Que vida hein! Que vida. Parar em casa só parar comer e dormir é trágico, embora tudo que tenho feito tem lá suas vantagens, mas mesmo assim, alguns dias por mais lindos que sejam são extremamente insuportáveis. Assim tem sido meus dias. Meses, talvez. Minha auto-estima.... cadê? Perdi no meio da loucura. Passei a me amar menos o que é o pior veneno que alguém pode injetar contra si mesmo. Tudo era um porre. Quando estamos bem com nós mesmos, não há dias terríveis que uma auto-estima em alta não resolva. Mais quem disse que eu estava bem? Nenhum pouco. Quer saber? Estava brigada. Sendo dura. Exigindo uma perfeição que não existe. Eu tento ser perfeita, mais isso soa tão irreal. É irreal, é sim. Quem inventou essa inatingível perfeição? Por favor. Isso caleja qualquer pessoa perfeccionista. É difícil aceitar que somos de carne e osso, que erramos e como erramos. Mas fazer o que né? Erros pertencem aos humanos. Perdões também. Era isso. Eu precisava me perdoar, mas antes disso, eu tinha que chorar. Precisava lavar a alma. De tanta porrada e chute, meu saco estourou. Eu já estava no meu limite. Aguentando calada uma faculdade de grosseria e descaso. Enquanto meus amigos perguntavam o que eu tinha... Ah! Se eles soubessem o quanto eu queria vomitar em cima deles. Queria por pra fora todos os meus órgãos, mas resistia. Falava sobre várias coisas superficialmente para não ter que falar o que estava realmente estava sufocando. Pra não ter que revelar minha insegurança frente a vida. O problema é que o que estava me matando mais não era os dias térriveis, nem as grosserias alheias, nem a idiotice humana. O que estava me matando era eu mesma. Querendo abraçar o mundo com as mãos. Olha o tamanho das minhas mãos, são pequeninas. São gordinhas, porém pequeninas. Não dá. Sinto muito, mas não dá. Me redimo. Deus do céu, me redimo. Me desfaço da armadura que eu mesma criei, me tiro nessa neurose de achar que sou de titânio. Não sou nada disso. Só assim, pra você saber, sou fraca tá? Durona é só a pose que eu faço pra ninguém perceber que eu sou mais mole que gelatina fora da geladeira. Pois bem, se o problema tem sido eu. Vou me entender comigo. Refleti. Pensei. Repensei. Briguei também. Então eu cheguei a conclusão de que eu não tenho que ficar remoendo meus erros, muito menos assumir responsabilidades que não são minhas. Voltei pra mim. Aí que delicia voltar pra mim! Olhei para o espelho e finalmente vi a pessoa mais importante do mundo.
Texto escrito em 11/08/2012.
Texto escrito em 11/08/2012.
Anna Carolina Morato.
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