Você já teve alguém pelo qual não importa a distância, nem razão, você sabe que pode contar em qualquer hora ou lugar? Eu tenho ele. É com ele que está meus maiores segredos, ele que sabe dos meus piores defeitos. Eu sou implicante e invocada e brava e ele só ri. O que me deixa mais enfezada ainda. Eu trato ele com o maior carinho, só que ao contrário. Somos piores que cão e gato. Perdemos um ao outro, mas perder a piada? Nunca. Ele me conta das garotas e eu, claro, dos garotos. Somos vilões, somos cúmplices.
Quando a corda aperta, é pra ele que eu corro. Aquele dia que eu chorei rios, mares, oceanos, um planeta inteiro... foi pra ele que eu liguei com a minha voz trêmula. Ficamos hoooooras conversando. Primeiro eu contei tudo o que aconteceu e depois ele falou tudo o que achou que eu realmente estava precisando ouvir. Me acalmou. "Vou desligar agora." " Ah não! Não vai não. Mais não vai mesmo" "Porque não?" "Porque você vai chorar. Eu não desligo enquanto você não parar de chorar. Para de chorar." "Não vou chorar mais. Vou dormir." " Vai sim!" "Não vou não, juro." "Fica bem e não chora, beijos. Tchau." " Obrigada. Mais tarde eu te ligo, beijo. Tchau."
Quando a corta aperta, é pra mim que ele corre. Ele liga com aquela voz chorosa, implorando por um aconchego, um afago. "O que eu faço agora?" "Não sei nem o que dizer." "Não precisa, só me escuta." Ele só precisa de alguém que o escute e eu o escuto, sempre que necessário. Depois falo alguma coisa engraçada, só pra ele rir e perguntar: "Pode me dizer qual foi a cor de passarinho que você viu hoje?"
Quando a corda aperta, é pra ele que eu corro. Aquele dia que eu chorei rios, mares, oceanos, um planeta inteiro... foi pra ele que eu liguei com a minha voz trêmula. Ficamos hoooooras conversando. Primeiro eu contei tudo o que aconteceu e depois ele falou tudo o que achou que eu realmente estava precisando ouvir. Me acalmou. "Vou desligar agora." " Ah não! Não vai não. Mais não vai mesmo" "Porque não?" "Porque você vai chorar. Eu não desligo enquanto você não parar de chorar. Para de chorar." "Não vou chorar mais. Vou dormir." " Vai sim!" "Não vou não, juro." "Fica bem e não chora, beijos. Tchau." " Obrigada. Mais tarde eu te ligo, beijo. Tchau."
Quando a corta aperta, é pra mim que ele corre. Ele liga com aquela voz chorosa, implorando por um aconchego, um afago. "O que eu faço agora?" "Não sei nem o que dizer." "Não precisa, só me escuta." Ele só precisa de alguém que o escute e eu o escuto, sempre que necessário. Depois falo alguma coisa engraçada, só pra ele rir e perguntar: "Pode me dizer qual foi a cor de passarinho que você viu hoje?"
Somos dois pólos extremamente diferentes. Opostos. Nada bate, exceto nossa amizade. Eu sempre tão inquieta e apavorada e cheia das graças. Ele sempre tão quieto e calmo e sem graça. " Nossa, tô muito brava com você. Chatiadissississima." "Sério? O que eu fiz agora?" " Você não sabe o que você fez? Foi o que você não fez. Não respondeu minha mensagem e me ignorou. Não fala comigo mais. Tchau" " Não faz assim. Sério mesmo que você tá chateada por causa disso? Desculpa." " Eu chateada? Quem te falou isso? tô chateada não. Só tava testando pra saber se eu sei fingir braveza mesmo." "Você não tem o que fazer não?" "Ter eu até tenho, mas me divirto mais quando paro pra te encher." " Besta" "Também te odeio"
Ele tem a Anna que quase ninguém conhece. Tem a Anna que quase ninguém tem. Com ele é fácil ser eu. Não que eu não seja eu com outras pessoas, mas é que com ele é menos arriscado. Ele vive naquele mundinho e eu por ser intrusa, consegui a chave. Faço a festa. Ás vezes ficamos dias sem nos falar, os horários não batem, os tempos são quase raros, mas não esquecemos um do outro. Ele é só alguém que eu sei que posso contar até debaixo d'água . . .
Anna Carolina Morato.
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