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A última carta.


Meu amigo, não sei se é certo me referir a você assim, mas não posso te chamar de meu amor ou qualquer outra coisa meiga que eu costumava chamar. Você vai se irritar comigo se eu te disser que eu queimei todas as cartas que te escrevi em todo esse tempo que estivemos juntos, mas eu tenho o defeito ilusório de acreditar que eu queimando-as iria queimar também, o amor que eu sinto por você e todo esse sentimento que carrego nesse meu peito surrado. Esta é a última carta ou melhor dizendo, quero que esta seja a última carta que só não foi queimada, porque eu preferi escreve - lá na página do word mesmo.

Bem, eu queria te dizer que a mágoa passou e passou também aquela raiva que eu senti há uma semana e aquele desejo de nunca mais olhar na sua cara. Eu sabia que ia passar. Você também sabia. Você sabe que eu não consigo ficar com raiva de alguém por muito tempo. Sou eu quem acende o fósforo na casa e sou eu quem liga pro bombeiro jogar água. Eu sou mulher, mas tenho alma de criança.  As crianças perdoam facilmente e eu também. Eu sei perdoar, aliás, eu aprendi. É por isso que eu digo que eu te perdôo por tudo que aconteceu. Não vale a pena remoer mágoas. Deus me ensinou isso e a vida, também.

Eu sei que eu sinto demais, que eu falo demais, que eu escrevo demais. Você sabe que esse meu demais meio que estraga, não sabe? Sabe também que eu ainda vou sentir sua falta várias e várias vezes. Ainda vou pensar em você várias e várias vezes. Ainda vou querer você várias e várias vezes.

Você deve ta me achando uma idiota não é? Sou uma perfeita idiota, mas sou a idiota que te ama pelo que você é simplesmente. Você vai pensar: “Nossa, como você é dramática. Não exagera vai”. Mas você me conheceu assim e deve saber dos meus defeitos da mesma forma que eu sei dos seus.  Eu sou a Anna romântica dramática expressiva Morato.

Eu só queria saber se você me amou mesmo e se eu te fiz feliz. Isso você não sabe, mas eu o vejo como ninguém no mundo mais vê. Se eu soubesse disso, daqui alguns anos em dias de nostalgia, eu escreveria que nós dois éramos dois errados que só tinha uma coisa certa: O sentimento. Isso é, se eu soubesse... Eu poderia dizer isso até no próximo texto, mas eu não sei. Que fique sem saber, não precisa me falar.

Eu não sei se você chegara a ler esta carta, mas se ler, certamente agora você estará lendo as minhas últimas frases. Quando eu te encontrar, eu tenho certeza que vou querer te abraçar, te beijar, te morder e te chamar de meu, mas eu preciso me comportar. Eu vou me comportar e sorrir. Pode ter certeza que em qualquer lugar e em qualquer circunstância eu estarei sorrindo porque meu sorriso é o que me salva. Vai te salvar também.
Com todo o amor do mundo, Anna. 

Anna Carolina Morato.

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