Eita zé! O que a gente faz hein? Eu vivo de bem com a vida mas a vida vive mal-humorada comigo. Vive querendo passar mal, não gosto disso. Olha só pra mim Zé, super alto astral e ainda tenho que enfrentar o pessimismo alheio. Não Zé. Não dá. Porque as pessoas reclamam tanto da vida? Não pode Zé, não pode reclamar tanto da vida assim. Eu sei que eu reclamo muito, tá errado isso aí. Depois paro pra pensar: "tô chorando de barriga cheia. Que merda!" Menos Carolina, vamos parando. Problema das pessoas é achar que suas dores são as maiores do mundo. Não são. Aí Zé, a gente vai na maciota sabe? Devagarzinho, tipo mineirinho. Fazendo um silêncio danado pra ninguém escutar nossos passos chorosos.
Eu gosto da vida, mas a vida não gosta de mim não sabe Zé. Eu sou boazinha demais. Essa minha generosidade em querer entender, compreender, aceitar, perdoar só complica minha vida viu Zé. Não tô reclamando, estou comentando. Ninguém me entende Zé. Eu queria ser malvada sabe, queria mesmo mas não consigo. Não consigo desejar mal pra alguém, eu até tento sabe, pra ficar igual todo mundo mas não vai. Se eu desejo mal a alguém agora, no minuto seguinte já me arrependi. Tanta gente por aí querendo o meu mal e eu só querendo o bem. Só querendo que as pessoas se acertem de uma vez por todas. Tanta coisa em que poderia acreditar (simpatia, reencarnação, tarô, magia negra, etc...) e eu fui acreditar logo nelas, nas pessoas. Olha que desgraça. Que coisa mais chata viu. Mas é, eu acredito que as pessoas, por um dia, poderão deixar de ser tão superficiais para serem um pouquinho mais humanas.
Anna Carolina Morato.
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Um erro também recorrente em mim.