Definitivamente, eu odeio baixa auto- estima. Odeio quando deparo com meninas que só sabem falar “to gorda, to feia”. Odeio quando eu mesma estou com baixa auto – estima, que ao me olhar no espelho, grito: Que ridícula! E saiu correndo. Principalmente em dias em que o sinal vermelho está aberto. Aí meu Deus, é o fim. Mas eu sempre volto pro espelho, devagarzinho e falo: Posso ser ridícula, mas pelo menos sou uma ridícula bonita. Depois de usar o adjetivo bonita, a coisa parece ficar melhor. Parece não, fica melhor. Não adianta, crianças. Não adianta. O segredo é o espelho. O espelho, fofura. O espelho. Esqueceu? Até a madrasta da branca de neve conversava com o espelho. Ela sempre perguntava: “Espelho, espelho meu. Existe alguém no mundo mais bela do que eu?” e olha que ela era medonha. Você também não precisa falar igualzinho o blá blá blá todo de “Espelho, Espelho meu...” Fala uma coisa mais ousada do tipo: “ Se eu fosse homem, eu me pegava” ou " Se eu fosse mulher, eu me pegava...
"Se escrever é minha cachaça, eu quero mais é afogar as mágoas escrevendo" - Morato, Anna.