Como é que se fala sobre um fim? Com que palavras, de qual maneira? Eu estava aqui me perguntando antes de começar a escrever este texto. A resposta é simples. Não é necessária uma maneira de falar. O fim se define por si só. Eu sabia que esse dia chegaria, o dia em que eu iria dizer: “ Adeus Terceirão!" O que eu não esperava mesmo é que seria tão rápido. Ainda não caiu a ficha, isso é fato, mas meus olhos formigam só de escrever tudo isso aqui.
Um filme passa em minha mente. Eu sei que eu sou a única a pensar: “ E agora? O que eu faço da vida?” Pelo menos na escola, a gente tinha a segurança que ainda vinha mais um ano pela frente. Mas e quando chegamos ao último ano? Hora de crescer, criançada!
Hoje foi o último dia, literalmente. Agora eu fico aqui pensando, o que vai ser de mim sem aquela turma do fundão? Sem ter o Michel só para eu ficar dizendo: “Oi miiiiiiih”. Sem ter o Pedro atrás de mim falando: “ Mais pro lado, põe a prova mais pro canto. Aê, isso”. Sem ter o Fernando falando: “Mô isso, Mô aquilo.” Mô. Mô. Mô. O tempo inteiro. Sem ter a Tainara na segunda feira pra contar tudo o que aconteceu no final de semana. Sem ter o Paulinho para eu ficar fazendo massagem nas duas últimas aulas de sexta feira. Sem ter a Isabella, a Tica e a Gabriela. O trio parada dura pra ficar falando: “Anninha, para de tititi.” Ser ter o grupinho da frente pra dialogar. Sem ter o grupinho dos excluídos. Eles eram excluídos, mas eu gosto deles. Gosto de todo mundo ali.
O que vai ser de mim sem os recreios? Sem o Humberto e a Jéssica pra ficar conversando sobre casos e acasos. Sem a bigg para eu contar os bafos alheios. Sem o Robinho e o Alors pra ficar armando as festas. Sem o ex-atual-futuro cunhado Zé Paulo pra ficar me chamando de Oriental. Sem o colo da Jéssica quando eu tô afim de deitar nos murinhos em volta da quadra. Sem a Hellen pra abraçar.
O que vai ser de mim sem aqueles professores? Sem a Cida Língua Portuguesa Ferreira pra ficar falando em todas as aulas: “ Perdemos 20 minutos”. Sem a historiadora Márcia pra arregalar seus olhos e dizer: "É ZERO!". Sem a geografa Vanessa Morena Doce Valentim para assistir Capitão América. Sem a matemática Juliana falando devagarinho. Sem o filósofo e sociólogo José Otávio pra dizer: “ Garota, guarda esse celular”. Sem a Vitória Literatura Xavier pra falar: "Xuxega, ao invés de sossega". Sem a Luciana pra tentar nos mostrar que arte é cultura. Sem a Sandra pra nos fazer entender Biologia como ninguém. Sem a Priscila pra nos ferrar gostoso em Física. Sem a Teacher Elaine pra dar negativo quando esquecemos a apostila. Sem o biólogo Danilo que é fera em Química. Sem o futsal feminino do Pardal. Sem a Bruna da Sala de informática. Sem a coordenadora Eunice pra ir comer nosso rabo quando fazemos coisas erradas. Sem a diretora Sônia pra dizer que o nosso sarau foi o melhor de todas as edições. Sem a farofa da tia do lanche. Aí meu Deus! Sem essa equipe maravilhosa que nos acompanhou esse ano.
O que vai ser de mim? A resposta para esta pergunta, também é simples. Eu não vou ser, eu sou com tudo que aprendi com essas pessoas maravilhosas que passaram pela minha vida. Cada um deixou um pedacinho comigo, até mesmo os nomes que não foram citados. Honestamente, esse ano foi mágico. O que vai ficar no meu peito é uma saudade. Um enorme saudade. Valeu cada briga, cada brincadeira, cada sermão, cada cola, cada trabalho, cada gargalhada, cada churrasco... Valeu TERCEIRÃO! Eu encerro por aqui porque preciso lavar meu rosto agora. Obrigada crianças, de coração. ♥
Anna Carolina Morato.
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