Semana passada, eu estava na fila do pão e ouvi a mulher que estava atrás de mim dizer pra alguém no celular: "Ah então menina! Eles deram um tempo, mas ele não me conta nada. Eu não entendo aqueles dois. É um vai e volta." Provavelmente referia-se ao filho e a sua suposta nora. O diálogo de uma desconhecida não mudaria nada na minha vida até então. Porém, recebi no outro dia uma sms assim: "Pedi um tempo pro Gustavo". Surpresa com o conteúdo da mensagem, respondi:"Como asssssim? Você me disse que estava tão feliz, porque isso agora?" e a resposta recebida foi: "Ah amiga, eu não sei. Não gosto dele como achei que gostava e preciso de um tempo pra saber o que eu realmente sinto." Três dias depois era eu quem estava pedindo um tempo. Dessa forma, cheguei a conclusão que talvez uma das coisas mais dolorosas da vida seja pedir pro tempo adiar aquilo que não estamos preparados pra resolver agora. Quando eu disse: "Eu preciso de um tempo pra assimilar tudo isso." Ele me respondeu: "É esse tempo que machuca." "Não existe mais nada que eu possa fazer", retruquei. Eu sei que fui dura nas palavras, mas o tempo cara, ele não machuca, ele cura. Nesse "meu" tempo, percebi que é melhor viver um dia de cada vez porque dói menos. Um dia de cada vez, para que as feridas cicatrizem, dia após dia. É assim que eu tenho lidado com a vida. O que machuca mesmo é parar pra ver esse tempo passar. Poupe-se!
Anna Carolina Morato.
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