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Da série: "De: Carolina. Para: Anna."

Você silencia demais. Engole seco. Ou melhor, deixa entalado na garganta. Coisas. Pessoas. Situações. É  por isso que dias como esses, você se sente extremamente exausta,  esgotada, devastada. Não é fácil ser você. Não é fácil carregar um coração vulcânico. Não é fácil ser o tipo de pessoa que se entrega em tudo que faz. No trabalho, nas amizades, nas relações,  na vida. Você é tudo ou nada. Não existe meio termo. Você vive de extremos e os teus extremos te devoram vez ou outra. As coisas que você não diz ou até mesmo as que você demora a dizer se convertem na queimação estomacal, na voz rouca,  na crise de enxaqueca, na indisposição indesejável.  Você deveria aprender a não silenciar tanto. Uma hora de terapia na semana não é o suficiente para verbalizar tudo o que você sente e não  diz.  É  difícil,  eu sei. Você faz a linha de quem acha que pode suportar tudo sozinha sem cuidados especiais. Você faz a linha de quem acha tem que ser forte o tempo todo e ainda insiste em cobrar uma perfeição divina de si mesma que até  parece que você esquece que é  humana. Humana, sabe? Imperfeita. Defeituosa. Você vive tanto no seu mundo de labirintos e, às  vezes, acaba se perdendo. Se perde num mar de emoções desordenadas. Se perde e por incrível  que pareça, se encontra. Muito me admira essa  inteligência que você tem para  se encontrar em sua própria perdição. Só não esqueça de respirar e se sentir vontade, chore. Deixa desaguar.  Logo você se encontra e tudo ficará  bem. ❤

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