"Espero que você não se importe por eu ter bebido todas as tuas garrafas de Whisky. Espero que também entenda que não estou embriagada, mas eu preciso sentir o álcool correr pelo meu sangue para te escrever. Não me julgue, por favor. Você melhor do que ninguém sabe que eu não sou tão corajosa assim. O que eu quero dizer é que estou profundamente cansada dos meus berros. Eu não te entendo mais, mas não ouso mais perguntar o que aconteceu conosco porque eu enjoei do seu silêncio e da minha voz. Só isso. Não quero mais saber, amor. Não quero mais entender, querido. Meu sorriso é lágrima. Minha alegria é tristeza. Meu amor é solidão. Eu não vivo mais, Guto. Eu só morro. Cadê as suas promessas de amor eterno? Sou uma ridícula mesmo, acreditei em todas elas. O que é que eu tinha na cabeça pra acreditar que você cumpri-las-ia? Na cabeça, eu não sei, mas no coração, eu tinha amor. Eu tenho amor. Todo amor que agora me estilhaça por inteira de tamanha dor, eu doei à você e...
"Se escrever é minha cachaça, eu quero mais é afogar as mágoas escrevendo" - Morato, Anna.